domingo, 27 de março de 2011

Cachaça Caldas da Rainha

“Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta”.
Talvez a 1ª Cachaça a fazer homenagem a Portugal e, por extensão, ao valoroso e intrépido colonizador português, é esta cachaça “Caldas da Rainha”.
O nome da cidade, tomado por empréstimo é um fato aleatório, onde se sobressai a musicalidade e harmonia da marca, tão bem composta com o brasão da monarquia portuguesa, formando um conjunto onde a qualidade está aliada à nobreza.
Sendo a cachaça um dos produtos da cana-de-açúcar e tendo sido trazida para o Brasil por Martim de Afonso de Souza, há de se registrar aqui a doação da capitania de São Vicente que o rei Dom João III fez a este jovem colonizador. A bordo de uma nau bem sortida de cargas, suprimentos e com interessante tripulação, Martim Afonso, consciente da dignidade do empreendimento, deu início à colonização do Brasil.
Plantada a cana-de-açúcar nesta capitania de S. Vicente, rapidamente a lavoura tendeu ao crescimento progressivo. Ela era o rico alimento dos rebanhos; dela se extraia o açúcar e as bebidas que se conseguiam elaborar a partir do mosto. Portanto, de um lado havia o fator econômico e por outro o dos prazeres, realçando assim o privilégio desta fabulosa planta da família das gramíneas.
Portugal colonizou e bem governou o Brasil rompendo as linhas tordesilhanas, dando-lhes uma dimensão continental, impondo a integridade e unidade de sua língua, formando e desenvolvendo uma sociedade de modo a destacar o seu caráter de cordialidade, de regionalização de sua cultura e nesta também a rica e farta gastronomia. Foi uma Coroa zelosa, que nos deu as Capitanias Hereditárias, os Governos Gerais, a transferência do Trono, a Independência, os dois Reinados e uma República. E tudo isso já havia sido concebido por Luís de Camões no seu “Os Lusíadas”, quando no Canto Primeiro gravou:
“As armas, e os brasões assinalados,
Que da ocidental praia lusitana,
Por mares, nunca dantes navegados,
Passaram, ainda além da Taprobana,
Em perigo, e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana:
Entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram”.




Ante o exposto, não seria recomendável usar do brasão da monarquia nem do nome de uma simpática, acolhedora e turística cidade lusitana pertencente ao distrito de Leiria, para denominar uma bebida comum. Mesmo porque, elaborando destilados há mais de 20 anos, o nosso compromisso é com a qualidade e para chegarmos a isto muitos estudos minudentes e sistemáticos foram feitos. Enfim, é verdadeira essa afirmação: temos vocação para fazermos o melhor, o aplauso é nossa satisfação. Esta tem sido, realmente, a recompensa de tanta dedicação vencedora de desafios.
Brindemos, pois, com a excelência da Cachaça Caldas da Rainha.

Obrigado Portugal!
Obrigado Caldas da Rainha!

Antoninho Rapassi

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